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A Árvore dos Problemas

A Árvore dos Problemas


QUARTA:20/10/10







"...Geraldo estaciona o carro em frente à sua casa, junto a

 Nóbrega, amigo solitário que convidara para jantar. Quando

 passam pelo jardim que antecede à porta de entrada, num

 gesto inusitado, Geraldo aproxima-se de um Ipê e além de o

abraçar, começa a dizer palavras que Nóbrega não consegue

ouvir. Após aproximadamente um minuto, toca os galhos da

árvore como a pendurar objetos invisíveis e Nóbrega,

contendo a curiosidade, prefere nada perguntar.

Agora junto aos filhos e Esposa parece outra pessoa,

sorridente e amoroso, deixando a impressão de quem teve

um dia 'Maravilhoso'.

Após o jantar, os dois amigos se dirigem à varanda da casa e

após conversarem na intimidade da boa amizade, sentindo-se

à vontade, Nóbrega pergunta ao amigo sobre o gesto

inusitado junto à árvore, que vivenciara na passagem pelo

jardim.

- Ah! Você se refere à árvore dos problemas? Pergunta

Geraldo. 

- Acho que ...

- Resolvi que toda vez que chegar em casa trazendo os

problemas de toda ordem, pendura-los-ei na árvore dos

problemas! E desde que passei a fazê-lo, tenho sido outra

pessoa na convivência doméstica, assim como você

presenciou hoje. E sabe o mais curioso? Toda vez que saio

para o trabalho, passo na árvore para os pegar de volta e

muitos deles já não estão mais lá..."

Numa análise superficial, a narrativa acima parece ser o

roteiro perfeito para a paz no lar. Mas qual será o Geraldo

verdadeiro, o problemático do dia-a-dia ou alegre da vida

doméstica? Com quem será que ele desabafa dos seus

problemas? Com Nóbrega, o seu melhor amigo?

Com receio de não sermos amados pelo que somos,

escondendo nossa 'sombra', vivemos muitas vezes

personagens adequados às exigências de onde convivemos,

desconhecendo que PAZ, não é ausência de problemas e sim

um 'estado íntimo' de consciência tranqüila. Porque não

dialogar a respeito das nossas dificuldades, anseios, medos,

etc. com os nossos familiares? Porque não fazer deles os

'nossos melhores amigo(a)s'? 

Não querendo que seus filhos 'sofram', muitos pais os

protegem exageradamente, fazendo com que eles mais tarde,

'sozinhos' frente aos problemas da vida, não saibam como

agir. 

Dialogar profundamente com nossos entes queridos, falando

cada um dos seus sentimentos e anseios, é descobrir um

novo mundo de amizade, admiração e amor maravilhosos. É

desvendar o ser verdadeiro, não permitindo que sejam

projetadas e cobradas, atitudes e elevação que ainda não

temos. É sermos amados por aquilo que somos!

Como em nosso lar estamos mais próximos daquilo que

realmente somos, no sentido real da palavra, são os nossos

familiares os melhores conselheiros para nossa auto-

descoberta.

Vale refletir...